[Livro] Resenha: O Guia do Mochileiro das Galáxias [Guia #1]

→ Sinopse: Considerado um dos maiores clássicos da literatura de ficção científica, O guia do mochileiro das galáxias vem encantando gerações de leitores ao redor do mundo com seu humor afiado. Este é o primeiro título da famosa série escrita por Douglas Adams, que conta as aventuras espaciais do inglês Arthur Dent e de seu amigo Ford Prefect. A dupla escapa da destruição da Terra pegando carona numa nave alienígena, graças aos conhecimentos de Prefect, um E.T. que vivia disfarçado de ator desempregado enquanto fazia pesquisa de campo para a nova edição do Guia do mochileiro das galáxias, o melhor guia de viagens interplanetário.

→ Escritor: Douglas Adams

→ Ano de publicação: 1979

→ Páginas: 160

"Muito além, nos confins inexplorados da região mais brega da Borda Ocidental desta Galáxia, há um pequeno sol amarelo e esquecido.
Girando em torno deste sol, a uma distância de cerca de 148 milhões de quilômetros, há um planetinha verde-azulado absolutamente insignificante, cujas formas de vida, descendentes de primatas, são tão extraordinariamente primitivas que ainda acham que relógios digitais são uma grande ideia."

O Guia do mochileiro das galáxias é, definitivamente, a melhor trilogia de cinco livros que eu já tive o prazer de conhecer (digo isto mesmo que ainda não tenha lido os dois últimos livros) e não é apenas porque através dela eu pude refletir - e rir - de muitas atitudes e situações cotidianas banais, mas também porque fui apresentada a um universo único e bizarro do qual eu tenho certeza de que sentirei falta pelo resto dos meus dias (quando eu terminar o quinto livro da trilogia).

O livro conta a história de Arthur Dent, um terráqueo, especificamente inglês, que vivia em uma pequena colina nos limites de uma vila em uma casa descrita como "achatada, quadrada, feita de tijolos, com quatro janelas na frente, cujo tamanho e proporções pareciam ter sido calculados mais ou menos exatamente para desagradar a vista."
Como podem perceber não era excepcional, mas Arthur a apreciava e quando a prefeitura resolveu que ela deveria ser demolida para a construção de um desvio, Arthur fez o mais sensato: deitou na frente da sua casa, protegendo-a com sua vida (ou pelo menos era isso que ele achou que estava fazendo).

O que ele não esperava era que, naquele mesmo dia, o planeta Terra estivesse também nos planos intergaláticos e deveria ser demolido para a construção de uma via expressa. Sorte a dele que seu melhor amigo, e e.t que fingia ser um ator desempregado, Ford Prefect - nome que ele escolheu pois achou que seria completamente normal para um terráqueo - estava no planeta Terra para escrever um artigo para o Guia do Mochileiro da Galáxia, o "mais extraordinário dos livros publicados pelas grandes editoras de Ursa Menor". Graças ao Ford, os dois conseguiram fugir do planetinha antes que o mesmo fosse destruído pelos Vogons.

"É um fato importante, e conhecido por todos, que as coisas nem sempre são o que parecem ser. Por exemplo, no planeta Terra os homens sempre se consideraram mais inteligentes que os golfinhos, porque haviam criado tanta coisa - a roda, Nova York, as guerras, etc. -, enquanto os golfinhos só sabiam nadar e se divertir. Porém, os golfinhos, por sua vez, sempre se acharam muito mais inteligentes que os homens - exatamente pelos mesmos motivos."

Depois disso a vida de Arthur nunca mais foi a mesma. E você pode considerar isso algo positivo ou negativo, dependendo unicamente do seu gosto particular em quase ser morto, torturado, preso e/ou desintegrado.

Outros personagens adoráveis da história são Zaphod Beeblebrox, ninguém menos que o presidente do Governo Imperial Galáctico - o que quer que isso signifique, a bela Trillian, terráquea que fugiu com Beeblebrox depois de conhecê-lo em uma festa e - provavelmente a melhor "pessoa" que você vai conhecer - Marvin, robô com conhecimento inestimável que possui - por algum motivo sádico - personalidade humana genuína, ou um protótipo disto.
Juntos eles vão viajar pelo espaço e viver grandes aventuras! #locutordesessãodatarde

O livro é maravilhoso, as 160 páginas passam de modo fluído e o humor ácido faz com que cada momento seja uma agradável surpresa. Adams escreve de modo único e afiado, variando entre críticas sociais e políticas, sarcasmos e, em certos momentos, beirando o absurdo, fazendo dessa obra algo único e que merece ser apreciado por todos os fãs de ficção científica.

Obs.: Se você viu o filme, por favor esqueça que ele existiu.
Obs².: Não esqueça a toalha.
Obs³.: Não entre em pânico.